A falta de chuvas no período e o consumo de energia elétrica contribuíram para a baixa do nível dos reservatórios localizados no Sudeste e no Centro-Oeste, que respondem por 70% da capacidade de produção de energia hidrelétrica no país. Em Marimbondo, a usina opera com 20,1% da capacidade, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Em Colômbia, segundo a bióloga, a situação prejudica a economia local, já que na cidade vivem muitos pescadores e há um forte turismo de pesca desportiva. “Os impactos para a região são grandes e graves, porque nós temos atualmente 230 pescadores, que vivem exclusivamente da renda da pesca. E também nesta época nós temos os peixes exóticos, como a tilápia e a piranha, que podem ser pescados mesmo na piracema e atraem muitos turistas de pesca desportiva, que vêm para pegar essas espécies”, explica.
De acordo com Maria Inácia, o turismo em baixa prejudica até mesmo aqueles que pescam para a própria alimentação. “Não tem como navegar e, com o nível do rio tão baixo, os cardumes procuram águas mais profundas”, explica. Além da questão econômica, a bióloga alerta para o impacto ambiental da seca. “A diminuição do nível da água e as chuvas que vêm de forma desigual facilitam a erosão e o rio começa a assorear mais ainda.”
Sem navegação
Em alguns pontos, é possível verificar cerca de três metros de barranco. O pescador Daniel Malaquias conta que, na mesma época do ano passado, a água preenchia todo o leito do rio. “Dava para ver só o mato das margens, está muito raso. Tem pontos que não dá para navegar, porque as pedras do fundo do rio pegam no motor e o barco encalha”, diz.
O pescador Alexandre da Silva afirma que é a primeira vez que vê o Rio Grande com nível tão baixo desde que começou a trabalhar na região, há sete anos. “A pesca está péssima, cheguei a pescar só quatro piranhas em um dia inteiro. E pelo jeito não vai encher [o rio] porque a chuva não vem de jeito nenhum, até forma nuvens, mas não chove”, conta.
Solução
Segundo a bióloga Maria Inácia, esperar pela chuva não é a única forma de solucionar o problema e evitar que ele volte a ocorrer. “O que pode ser feito e a gente vem lutando para fazer é a recuperação dos mananciais, porque onde tem recuperação a incidência de chuva é maior. No caso do Rio Grande, ele possui 1% de mata ciliar, o que é muito preocupante.”
Nesta quarta-feira (9), o governo federal fará uma reunião com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico para avaliar a condição das represas do país.
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