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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Nível do Rio Grande é o menor em 39 anos.



O nível do Rio Grande em Colômbia é o mais baixo dos últimos 39 anos para o mês de janeiro. A seca no leito não era vista desde que a barragem da Usina Hidrelétrica de Marimbondo, próxima ao município, foi construída. A afirmação é da bióloga Maria Inácia Freitas, superintendente de Meio Ambiente da Prefeitura de Colômbia.  Segundo ela, no município, os pescadores são os mais prejudicados.


 A falta de chuvas no período e o consumo de energia elétrica contribuíram para a baixa do nível dos reservatórios localizados no Sudeste e no Centro-Oeste, que respondem por 70% da capacidade de produção de energia hidrelétrica no país. Em Marimbondo, a usina opera com 20,1% da capacidade, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).


Em Colômbia, segundo a bióloga, a situação prejudica a economia local, já que na cidade vivem muitos pescadores e há um forte turismo de pesca desportiva. “Os impactos para a região são grandes e graves, porque nós temos atualmente 230 pescadores, que vivem exclusivamente da renda da pesca. E também nesta época nós temos os peixes exóticos, como a tilápia e a piranha, que podem ser pescados mesmo na piracema e atraem muitos turistas de pesca desportiva, que vêm para pegar essas espécies”, explica.

 De acordo com Maria Inácia, o turismo em baixa prejudica até mesmo aqueles que pescam para a própria alimentação. “Não tem como navegar e, com o nível do rio tão baixo, os cardumes procuram águas mais profundas”, explica. Além da questão econômica, a bióloga alerta para o impacto ambiental da seca. “A diminuição do nível da água e as chuvas que vêm de forma desigual facilitam a erosão e o rio começa a assorear mais ainda.”

Sem navegação

 Em alguns pontos, é possível verificar cerca de três metros de barranco. O pescador Daniel Malaquias conta que, na mesma época do ano passado, a água preenchia todo o leito do rio. “Dava para ver só o mato das margens, está muito raso. Tem pontos que não dá para navegar, porque as pedras do fundo do rio pegam no motor e o barco encalha”, diz.

 O pescador Alexandre da Silva afirma que é a primeira vez que vê o Rio Grande com nível tão baixo desde que começou a trabalhar na região, há sete anos. “A pesca está péssima, cheguei a pescar só quatro piranhas em um dia inteiro. E pelo jeito não vai encher [o rio] porque a chuva não vem de jeito nenhum, até forma nuvens, mas não chove”, conta.

Solução

 Segundo a bióloga Maria Inácia, esperar pela chuva não é a única forma de solucionar o problema e evitar que ele volte a ocorrer. “O que pode ser feito e a gente vem lutando para fazer é a recuperação dos mananciais, porque onde tem recuperação a incidência de chuva é maior. No caso do Rio Grande, ele possui 1% de mata ciliar, o que é muito preocupante.”

     

 Nesta quarta-feira (9), o governo federal fará uma reunião com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico para avaliar a condição das represas do país.

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