O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) pautou
para a próxima sessão da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da
Câmara uma proposta que permite aos psicólogos tratarem a
homossexualidade como uma doença.
O projeto de decreto legislativo 234/11, do deputado João Campos
(PSDB-GO), foi relacionado como primeiro item de tramitação ordinária da
pauta da próxima sessão da comissão, que está marcada para o próximo
dia 8 de maio.
Desde que assumiu a presidência da comissão, em março, Feliciano é
criticado por declarações consideradas homofóbicas e racistas.
O projeto de Campos quer sustar dois artigos instituídos em 1999 pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia).
O primeiro artigo afirma que "os psicólogos não exercerão qualquer
ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas
homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar
homossexuais para tratamentos não solicitados".
O texto ainda impede aos profissionais que participem de eventos e serviços que proponham a chamada "cura gay".
De acordo com o segundo artigo, eles ainda estão impedidos de emitir
opiniões que reforcem "os preconceitos sociais existentes em relação
aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica."
Em sua justificativa ao projeto, Campos afirma que o conselho
"extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos
profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".
O parecer apresentado pelo deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que
relator da proposta na comissão, pede a aprovação do projeto. "Seu texto
constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da
liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões
que dizem respeito apenas à sua própria vida, sem prejudicar outrem",
afirma o relator.
A proposta é criticada pelo CFP. No ano passado, a entidade
recusou-se a participar de uma audiência pública realizada na Câmara
para debater o projeto. O conselho inclusive lançou uma campanha contra a
ideia.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) deixou de considerar a homossexualidade doença em 1993.
A questão já passou pela Comissão de Seguridade Social e Família e chegou no final de fevereiro à Comissão de Direitos Humanos.
Outro projeto que também está na pauta da comissão é a do deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que "penaliza a discriminação contra
heterossexuais". Relatora da proposta na comissão, a deputada Erika
Kokay (PT-DF), apresentou parecer contrário.
Foi com base nessa norma do CFP que um grupo organizou um
abaixo-assinado para cassar o registro de psicólogo do pastor evangélico
Silas Malafaia, também conhecido por suas declarações consideradas
homofóbicas. Mais de 84 mil pessoas já assinaram a petição.
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