Segundo o estudo, o uso de alguns
medicamentos hoje considerados básicos no tratamento de problemas
cardíacos ainda está abaixo do ideal.
Uma pesquisa inédita da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo concluiu que pacientes vítimas de
infarto nem sempre recebem o tratamento adequado para diminuir o risco
de uma nova crise.
O susto foi grande, no meio do trânsito. Seu Ciro de Meneses estava
dirigindo, quando passou mal. “Uma dor no peito muito grande, um enjoo
terrível e um cansaço que parecia que eu estava com um peso, um saco nas
costas, um cansaço muito grande”, lembra o petroleiro aposentado.
No pronto-socorro, a constatação: artérias entupidas, no coração.
Ele foi tratado e agora toma quatro medicamentos. Alguns para a vida
toda. “Muito bem atendido, muito bem medicado, eu tive sorte, fui na
hora certa, no hospital certo”, garante.
Um estudo apresentado em um congresso de cardiologia em São Paulo
mostra que nem sempre é assim. Segundo ele, o uso de alguns medicamentos
hoje considerados básicos no tratamento de problemas cardíacos ainda
está abaixo do ideal.
A Sociedade Paulista de Cardiologia coletou e analisou os registros
de atendimento de mais de mil pacientes em 71 hospitais públicos e
privados de todo o país. Nas primeiras 24 horas depois da internação por
infarto e no momento da alta.
Constatou, por exemplo, que ao voltarem para casa, 14% não receberam
prescrição de ácido acetilsalicílico e 50% de clopidogrel -
medicamentos inibidores da formação de coágulos que obstruem as
artérias.
“É um medicamento super comum, super barato. Todo mundo pode tomar. O
mais provável é que seja realmente desinformação daquele profissional
que está dando alta para o paciente”, aponta José Carlos Nicolau,
diretor do Incor.
O estudo também mostrou desigualdades regionais. No Nordeste, 66%
dos pacientes não receberam receita de clopidogrel contra 43% no Sul.
No Norte, a ausência de ácido acetilsalicilico chegou a 25% das receitas. No Sul, 9%.
Doenças de coração causam a morte de 100 mil brasileiros por ano. A maioria morre de infarto.
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