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domingo, 2 de junho de 2013

Pesquisa mostra as falhas no acompanhamento a vítimas de infarto

Segundo o estudo, o uso de alguns medicamentos hoje considerados básicos no tratamento de problemas cardíacos ainda está abaixo do ideal.
Uma pesquisa inédita da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo concluiu que pacientes vítimas de infarto nem sempre recebem o tratamento adequado para diminuir o risco de uma nova crise. O susto foi grande, no meio do trânsito. Seu Ciro de Meneses estava dirigindo, quando passou mal. “Uma dor no peito muito grande, um enjoo terrível e um cansaço que parecia que eu estava com um peso, um saco nas costas, um cansaço muito grande”, lembra o petroleiro aposentado.

No pronto-socorro, a constatação: artérias entupidas, no coração. Ele foi tratado e agora toma quatro medicamentos. Alguns para a vida toda. “Muito bem atendido, muito bem medicado, eu tive sorte, fui na hora certa, no hospital certo”, garante.

Um estudo apresentado em um congresso de cardiologia em São Paulo mostra que nem sempre é assim. Segundo ele, o uso de alguns medicamentos hoje considerados básicos no tratamento de problemas cardíacos ainda está abaixo do ideal.

A Sociedade Paulista de Cardiologia coletou e analisou os registros de atendimento de mais de mil pacientes em 71 hospitais públicos e privados de todo o país. Nas primeiras 24 horas depois da internação por infarto e no momento da alta.

Constatou, por exemplo, que ao voltarem para casa, 14% não receberam prescrição de ácido acetilsalicílico e 50% de clopidogrel - medicamentos inibidores da formação de coágulos que obstruem as artérias.

“É um medicamento super comum, super barato. Todo mundo pode tomar. O mais provável é que seja realmente desinformação daquele profissional que está dando alta para o paciente”, aponta José Carlos Nicolau, diretor do Incor.

O estudo também mostrou desigualdades regionais. No Nordeste, 66% dos pacientes não receberam receita de clopidogrel contra 43% no Sul.

No Norte, a ausência de ácido acetilsalicilico chegou a 25% das receitas. No Sul, 9%.

Doenças de coração causam a morte de 100 mil brasileiros por ano. A maioria morre de infarto.

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