Diego Oliveira, de 21 anos, e Kaline
Galdino, de 20 anos, hoje têm onde morar, se alimentam todos os dias e
conseguem cuidar de sua única filha, Yasmim, nascida há um mês.
Quem os
vê atualmente, não imagina que o casal já viveu nas ruas de Ribeirão
Preto (SP), onde chegou sem emprego e sem documentos. A história dos
dois mudou quando cruzou o caminho deles a advogada Roberta Galvão, que
os acolheu em sua própria casa e criou uma campanha no Facebook para
ajudá-los.
Natural de Minas Gerais, Oliveira foi
para São Paulo em busca de trabalho e conheceu a esposa, nascida na
Paraíba. Sem oportunidades, o casal não tinha onde morar e viveu
sem-teto na capital paulista por aproximadamente oito meses. “Nesse
tempo de muita dificuldade, que passamos frio, chegamos a passar fome,
nós geramos a Yasmim. Então nós resolvemos voltar para Minas, para ter
nossa família lá”, conta o jovem.
No entanto, eles decidiram se mudar
novamente e tentar a sorte em Ribeirão Preto, e acabaram nas ruas mais
uma vez. Durante três meses, o casal costumava ir a uma lanchonete na
Avenida Nove de Julho e pedir pelo alimento que sobrasse. Foi em uma
dessas ocasiões que a sorte deles mudou. “Eu fui pedir um lanche para
minha esposa comer, ela estava grávida de oito meses e com fome, e
disseram que não tinha sobrado nada. Aí conhecemos a Roberta”, diz
Oliveira.
Roberta então ofereceu um lanche para os
dois e, preocupada com a gravidez de Kaline, decidiu sentar-se com eles
e perguntar sobre sua história. “Eles disseram que não tinham
documentação e eu fui me envolvendo. Aí chamei um amigo e falei ‘vamos
arrumar a documentação para eles’. A preocupação dela [Kaline] era de
ter a neném na rua, porque se ela tivesse no hospital, ela não sairia
com a filha pela falta de documentos. Isso me assustou demais”, explica a
advogada.

Levar o casal para viver em sua casa fez com que Roberta fosse questionada por muitos de seus conhecidos, que consideravam a atitude perigosa. “Várias pessoas me disseram: ‘e se eles te matarem?’. Morri então, se é assim que tem que ser. Eu só achei que não tinha como deixá-los na rua. Dizem que eu sou boazinha. Eu não sou boazinha não, acho que isso é obrigação da gente, não quero jogar a minha obrigação para ninguém”, explica.
Ajuda
Com o nascimento de Yasmim, Roberta decidiu criar uma página no Facebook em busca de mais “madrinhas” e “padrinhos” para conseguir berço e roupas para o bebê. “Como eu não conseguiria sozinha, pedi ajuda pelo Facebook. Hoje somos 260 padrinhos e madrinhas atuantes. Agora, a Yasmim tem uma vida digna, não porque está morando na minha casa, mas porque a mãe e o pai dela estão recomeçando.”
Recomeçar é exatamente o plano de Oliveira. “Quero arrumar um emprego, conseguir uma casa para eu morar, ter minha família e construir minha vida aqui em Ribeirão”, diz.
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